O COMPLEXO DE ÉDIPO - Uma crise pela qual todos nós passamos

O COMPLEXO DE ÉDIPO
Uma crise pela qual todos nós passamos


1. RELAÇÃO, ÉDIPO COM A PSICOLOGIA CLÍNICA.

O complexo de Édipo para a filosofia é considerado um mito, mas quando diz respeito à psicologia pode servir como um bom instrumento para pensar o desenvolvimento de sexualidade infantil.

O Complexo de Édipo é um dos conceitos fundamentais da teoria e da clinica psicanalítica. A escuta dos pacientes é perspassada pela escuta do desenvolvimento psicossexual que ira se expressar no comportamento atual de casa pessoa.

2. RESUMO

O complexo de Édipo na visão psicanalítica é para o autor Nasio uma crise e matriz de nossa identidade sexual e dos desejos sexuais incontroláveis, esta crise ocorre durante a infância e em especial entre 3 a 4 anos de idade. O autor Nasio afirma que este foi um estudo desenvolvido por Freud para explicar sua teoria sobre o amor do filho por sua mãe e o desejo de morte (ódio) pelo pai. Freud compara seu estudo com um mito grego conhecido por Complexo de Édipo. Esta lenda conta que o filho casa - se com a mãe e mata seu pai, porém nem um deles tiveram o conhecimento que eram uma família. Freud ainda afirma que todos nos passamos por essa fase do desenvolvimento sexual infantil chamado Complexo de Édipo. Esse conceito de desejo incestuoso sobre nossos pais ocorre por processos que são diferentes entre os meninos e as meninas.

Para o menino a entrada para o Édipo é direta, neste período o menino começa a criar fantasias e desperta um olhar diferente sobre sua mãe, começa a vê – la com desejo sexual e cria fantasias com ela. Seu desejo é possuir e ser possuído pela mãe. Já para o pai ele cria uma fantasia de rivalidade, quer suprimir o corpo do pai. Ele tem como objetivo possuir e ser possuído pela mãe, no entanto tem o pai que os impedem. Ele procura prazer sexual no corpo daquele que já o ama e que despertam o seu desejo.

Sobre seu corpo ele acredita que todos são iguais e todos têm o órgão mais poderoso: o pênis. Onde o pênis, Falo, é um símbolo de potência, de orgulho e de prazer, porém ele percebe que não são todos que tem o pênis. Então começa a pensar que se alguém perdeu é por um meio de castigo (castração). Ele tem medo de perder a parte mais importante de seu corpo, o Falo, então decide abrir mão dos desejos que sente pela mãe para garantir o seu Falo. Esta fase que o menino passa e retorna na adolescência, porém seu olhar e suas fantasias sobre seu desejo incestuoso se focam nas meninas e é a onde ele afirma sua identidade sexual.

O Édipo para a menina é um pouco mais trabalhoso, a menina não entra direto no Édipo como o menino antes ela passa pelo pré – Édipo, porém a menina também tem fantasias e desejos incestuosos. No pré - Édipo ela faz o mesmo processo com o seu olhar sobre a sua mãe, obtêm o desejo de possuí la. Neste período que ela quer possuir sua mãe ela acredita que também possui o Falo, o símbolo de potência e orgulho, logo descobre que não possui o Falo e sofre pela privação de não telo. Apesar de não possuir o Falo a menina ainda acredita que sua mãe o possui, portanto se sua mãe tem, ela também o terá, mais terá que esperar crescer. A menina então descobre que a mãe também não tem o Falo. Mais uma decepção para a menina, só que agora ela sente traída pela sua própria mãe julgando – a que ela já sabia que as meninas não possuem o Falo e que poderia ter evitado mais uma decepção para ela, evitando assim seu sofrimento. A primeira decepção que a menina tem com a mãe é quando a mãe faz o desmame e a segunda é a privação do Falo.

A menina esperta quer ter o Falo só que ela nunca o terá, foca seu olhar agora para o seu pai quer possuir o Falo e deseja ser possuída por ele. O pai a recusa e ela começa a desenvolver a inveja do Falo. Ela agora quer ser o Falo, neste período ela se identifica com sua mãe e começa a ter características e ações femininas. Após esta etapa ela descobre a vagina e quer conhecer um rapaz para constituir uma família e ter filhos com ele, agora ela incorpora o pai e se abre para o homem amado.

Todas estas fantasias que a criança desperta acontece inconscientemente, ela não sabe o que ela realmente esta pensando, só é traduzida conscientemente na vida cotidiana dela, através de um sentimento, comportamento ou de uma fala.



3. APRIMORANDO O CONHECIMENTO

Os termos presentes no glossário têm suas definições através de um embasamento de autores confiáveis, trazendo aos leitores a certeza de que estará lendo termos que coincidem com suas epistemologias. Através dessas palavras você aplicara o seu conhecimento e poderá usá – las em futuros trabalhos acadêmicos, além de melhorar sua escrita recorrendo assim a esses termos fundamentais da psicologia.


3.1 Glossário

Édipo: Para a psicanálise, o Édipo é a experiência vivida por uma criança de cerca de quatro anos que, absorvida por um desejo sexual incontrolável, tem de aprender a limitar, aos limites de sua consciência nascente, aos limites de seu medo e, finalmente, aos limites de uma lei tácita que lhe ordena que pare de tomar seus pais por objetos sexuais.
(NASIO, Juan – David, 2007, p. 12).

Desejo Incestuoso: o desejo incestuoso é um desejo virtual, nunca saciado, cujo objeto é um dos pais e cujo objetivo seria alcançar não o prazer físico, mas o gozo.
(NASIO, Juan – David, 2007, p. 25).

Incesto: chama-se incesto a uma relação sexual, sem violação, entre parentes consangüíneos ou afins adultos (que tenham atingido a maioridade legal) no grau proibido pela lei que caracteriza cada sociedade: em geral entre mãe e filho, pai e filha, irmão e irmã. Por extensão, a proibição pode estender – se á relações sexuais entre tio e sobrinha, tio e sobrinho, padrasto e enteada, madrasta e enteado, sogra e genro, sogra e nora.
(Roudinesco e Plon, 1998. p. 372).

Psicose: defini os doentes da alma numa perspectiva psiquiátrica. As psicoses opuseram – se, portanto, ás neuroses, consideradas como doenças mentais da alçada medicina da neurologia e, mais tarde, da psicoterapia. Por extensão, lº o termo psicose designou inicialmente o conjunto das chamadas doenças mentais, fossem elas orgânicas (como a paralisia gera) l ou mais especificamente mentais.
(Roudinesco e Plon, 1998. p. 621).

Histeria: a histeria é uma neurose caracterizada por quadros clínicos variados. Sua originalidade reside no fato de que os conflitos psíquicos inconscientes se exprimem de maneira teatral e sob a forma de simbolização, através de sintomas corporais paroxísticos (ataques ou convulsões de aparência epilética) ou duradouros (paralisia, contraturas, cegueira).
(Roudinesco e Plon, 1998. p. 337).

Histeria: Para Nasio histeria é um desejo sexual infantil vivido na cabeça de um adulto e cujo objetivo não é um homem ou uma mulher, mas uma criatura forte ou fraca.
(NASIO, Juan – David, 2007, p. 118).

Neurose: o termo é empregado para designar uma doença nervosa cujos sintomas simbolizam um conflito psíquico recalcado, de origem infantil.
(Roudinesco e Plon, 1998. p. 534).

Narcisismo: consiste em se tornar a própria pessoa como objeto sexual.
(Roudinesco e Plon, 1998. p.530).

Fantasia: correlato da elaboração da noção de realidade psíquica e do abandono da teoria da sedução designa a vida imaginária do sujeito e a maneira como este representa para si mesmo sua história ou a história de suas origens.
(Roudinesco e Plon, 1998. p. 223).

Falo: o Falo não é o pênis enquanto órgão. O Falo é um pênis fantasiado, idealizado, símbolo da onipotência e de seu avesso, a vulnerabilidade.
(NASIO, Juan – David, 2007, p. 22).

Fobia: em psicanálise, a fobia é um sintoma e não uma neurose, onde a utilização da expressão histeria de angustia em lugar da palavra fobia. Introduzida por Wilhelm Stekel em 1908 e retornada por Sigmund Freud à histeria de angústia é uma neurose de tipo histérico que converte uma angústia num terror imotivado, frente a um objeto, um ser vivo ou uma situação que não apresentam em si nenhum perigo real.
(Roudinesco e Plon, 1998. p. 243).

Histeria de conversão: onde se exprime através do corpo representações sexuais recalcadas.
(Roudinesco e Plon, 1998. p. 337).

Metapsicologia: termo criado por Sigmund Freud, em 1896 para qualificar o conjunto de sua concepção teórica e distingui-la da psicologia clássica. A abordagem metapsicologia consiste na elaboração de modelos teóricos que não estão diretamente ligados a uma experiência pratica ou a uma observação clinica, ela se define pela consideração simultânea dos pontos de vista dinâmicos, tópico e econômico.
(Roudinesco e Plon, 1998. p. 517).


4. REFERÊNCIAS

NASIO, Juan David. Édipo: o complexo que nenhuma criança escapa. Zahar: Rio de Janeiro, 2007.

Roudinesco, Elisabeth; Plon Michel. Dicionário de Psicanálise. Zahar: Rio de Janeiro, 1998.


CENTRO UNIVERSITARIO LEONARDO DA VINCI – FAMEBLU

Disciplina: Teóricas e Técnicas Psicanalíticas
Professora: Juçara Clemens
Acadêmicos: Alessandro Negherbon
Mônica Colombi
Suelen T. Seibt
Turma: Psi 23

Comentários

  1. Obrigado Christian(ANôNIMO),
    Elogio é sempre bom,
    Abraços.

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  2. Desde os 10 anos e até hoje que sinto muito desejo sexual por minha mãe... Queria entender o motivo...

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